Quem não gostou de ver os San Antonio Spurs a utilizar o passe em 2014? Sem dúvida uma das melhores equipas a jogar nos últimos anos, e a grande diferença para as restantes equipas era a sua habilidade em passar a bola.
Esta equipa, mostrou como seria possível ganhar jogos de basquetebol em que prevalecia a capacidade de passar a bola. Por isso, trago informações que retirei através do estudo desta equipa.
Como passamos a bola?
Passar a bola ao colega, muitas vezes não pode ser feita de qualquer maneira, se houver desleixo na forma como a passamos iremos perder a posse dela. Para tal é necessário dominar os diferentes tipos de passe, e a evolução na intensidade do jogo trouxe a necessária evolução dos diferentes tipos de passe. Por isso trago aqueles tipos de passe que considero mais utilizados no jogo:
- Passe de Peito com duas mãos
Como o nome indica, passar a bola do meu peito para o peito do meu colega. Para tal, é determinante cumprir alguns aspetos técnicos como, braços esticados e afastados um do outro, rodar os pulsos e acabar com as mãos viradas para fora, e por último polegares apontados para o chão.
- Passe Lateral
O passe de peito lateral, tem o mesmo objetivo que passe peito, só que desviando ligeiramente de um braço do defesa. Para tal devemos fazer o passe com a mão mais afastada do defesa. Importante segurar a bola com as duas mãos e avançar com apenas uma, esticando o braço, rodando o pulso e acabar com a mão para dentro.
- Passe Lateral Picado
O passe lateral picado é exatamente igual ao passe lateral só que antes de chegar ao recetor baterá no chão.
- Passe por cima da cabeça
Passe por cima da cabeça é muitas vezes confundido com o passe por trás da cabeça, ou o conhecido lançamento do futebol. Ele deve ser feito em cima da cabeça para o peito do recetor.
- Passe do “bolso” mais conhecido por “Pocket Pass”
Este tipo de passe tem sido cada vez mais usado, principalmente quando queremos fazer um passe picado mas curto. Como o nome indica o passe é feito do “bolso” dos calções, baterá no chão antes de chegar ao recetor, é importante acabar com a mão para dentro, rodando o pulso.
Como utilizar os diferentes tipos de passe?
No jogo de basquetebol, não chega dominar os diferentes tipos de passe mas também as duas formas de passar a bola, passar sem drible, quando estamos a repor a bola em jogo ou quando recebemos a bola vindo de outro jogador. Esta forma de passar bola, é que geralmente todos os jogadores aprendem primeiro não por ser mais fácil de aprender mas sim porque necessitamos dela para dominarmos a outra forma de passar.
A outra forma é passarmos a bola após o drible. Nesta forma podemos passar de duas maneiras, estar a driblar, agarrar a bola de forma a controlar melhor e passar, ou estar a driblar e com uma mão fazer o passe. A primeira maneira é a maneira em que podemos garantir mais segurança a faze-la e a segunda é sempre mais arriscada. Ambas têm de ser dominadas.
Recapitulando, defino 3 níveis de capacidade em passar a bola:

O que fazer para dominar os três níveis?
É importante perceber que os jogadores não vão ser capazes de dominar estes níveis de um dia para o outro, e isto não funciona como um videojogo que se passamos para o próximo nível não podemos voltar atrás. Para tal é fundamental começarmos pelo primeiro nível e sempre progressivamente iremos subindo nos níveis e aumentando os estímulos, mas não podemos esquecer que se chegamos ao último nível não podemos parar de trabalhar o nível anterior senão quando o necessitamos de executar em jogo não o vamos ser capazes de fazer.
De forma a facilitar a interpretação anterior, o ensino dos níveis anterior é sinónimo de ensinar os jogadores a “andar” (Nível 1 e Nível 2) e ensinar os jogadores a “correr” (Nível 3). Se não soubermos andar não vamos ser capazes de correr.
Para ajudar os seus jogadores a melhorar estes três níveis, trago 3 exercícios:
1º Exercício: Passe em S

O exercício começa com 3 jogadores na linha final do campo, divididos em três colunas, duas em cada canto e uma no meio. Jogador 1 passa ao 2 e corre para o cone livre, 2 passa ao 3 e corre para o cone livre. Assim sucessivamente até chegar ao último cone que faz o corte pela frente.
Este exercício é mais indicado para ensinar o jogares a “andar” e podemos trabalhar todos os tipos de passe, em conjunto com trabalho de pés.
2º Exercício: Passe para atacar

O exercício ao ínicio pode parecer um pouco complicado mas é bastante simples. Tem como objetivo trabalhar os passes de nível 2 e nível 3, ensinando os jogadores a “andar” e a “correr”
O exercício começa com 4 colunas, uma em cada canto do campo. Duas colunas de um lado do campo sem bola e do outro lado todos com bola menos o primeiro de uma coluna.

Jogador 1 e jogador 4 avançam; 1 passa para 4; 4 ao receber dribla e passa a bola após o drible ao trabalho em “V” do jogador 2 e segue para trás da fila do jogador 6; Jogador 2 ao receber ataca o cesto, finaliza, apanha o seu ressalto e segue para trás da fila do jogador 5 (1º gráfico).
No momento em que jogador 4 vai passar a bola ao jogador 2, jogador 8 vai driblar e passar ao jogador 1. Jogador 1 ao receber vai fazer o mesmo trabalho que o jogador 4 fez mas envolvendo o jogador 3 (2º gráfico). E assim sucessivamente.
3º Exercício: 5×5 Campo Inteiro sem drible
Este exercício parece muito simples e provavelmente um exercício de para minibasquetebol, no entanto a mudança de regras fazem com que se torne um exercício para desenvolver a inteligência do passe nos jogadores.
Regras do jogo:
- Não podem driblar.
- Não há número mínimo de passes para lançar ao cesto.
- As duas equipas podem marcar nas duas tabelas.
- Todas as restantes regras, apoios, linhas do campo, lançamentos, entre outras, mantém-se iguais.
De forma a que o exercício corra bem, aconselho a limitar o número de pontos da equipa vencedora, ou seja, ganha a 1ª equipa a chegar aos 8 pontos. Não só trará uma intensidade maior devido ao aumento da competitividade mas como a pressão sobre as equipas para “vencerem”.
Preparado para melhorar os seus jogadores?
Espero que tenha compreendido os níveis de capacidade de passe e os tipos de passe. Mais importante do que qualquer exercício, a sua dinâmica, é a aplicação do gesto técnico e o desenvolvimento do gesto técnico . Lembre-se de que antes de ensinar a correr (Nível 3) é preciso ensinar a andar (Nível 1 e 2).
Se já utilizou estes estes exercícios , ou definiu estes e outros níveis, ou tem mais alguma ideia a acrescentar àquelas apresentadas, deixe o seu comentário!
Bons treinos!